Brasília em chamas... de novo!

Não se engane com a imagem acima, com o céu azul lindo. Brasília está pegando fogo…literalmente. Agora é temporada de seca brava, a umidade do ar chega perto da do Saara e a mata ressecada pega fogo a toda hora. Nos poderes Executivo e Legislativo não é preciso esperar a época de seca para enxergar as labaredas e a fumaça espessa saindo das cabeças das “otoridades”.

A “nova” prisão do ex-ministro José Dirceu – ainda um influente cardeal no partido que manda no País – desestabilizou a Corte a partir da combinação desse fato com o fim do recesso parlamentar e a oposição declarada de Eduardo Cunha, que ocupa a presidência da Câmara dos Deputados. Cunha tem ensinado o Executivo como se faz para orientar o curso político do País – embora eu discorde muito de seus métodos e ideologias.

A conta sobrou para quem trabalha…
Lamentável continuar a ver a olho nu gente graúda do Executivo defendendo a política do “toma-lá-dá-cá” e distribuindo cargos e liberando bilionárias emendas parlamentares em pleno “ajuste fiscal” – está entre aspas porque a conta sobrou para os cidadãos que trabalham, produzem, empregam, pagam tributos.
 
Mas, para quem baixou o tal pacote de maldades parece que a máquina pode seguir gastando e desperdiçando e a direção do país, que precisa contar com gente com os pés no chão e a mente aberta e ágil tende a ir para um discurso incompreensível quando se manifesta publicamente: uma hora é a defesa da mandioca; em outra é a “tese” de se dobrar uma meta não estabelecida.
 
É risível quando esses fatos surgem nas mídias sociais, nas rodas de conversa, porém, é extremamente preocupante que o centro do poder neste País, o tal gigante, que voltou a adormecer (deve ter tido um infarto), esteja situado tão distante dos interesses da população. Não volto as costas às conquistas de avanço social e na economia registradas nos últimos anos – seria injusto.
 
Mas a perda de controle da situação, a falta de “simancol”, a prepotência e a inexistência de humildade têm aflorado com destaque demasiado no cenário político para os que vinham surfando em uma popularidade que agora se mostra pífia, porém, viva e pujante apenas por meio de ações de publicidade (mais gastos que não têm dado retorno à construção de boa reputação).
 
Esta não é a primeira e não será a última crise política combinada com crise econômica que o Brasil viverá. A sociedade brasileira tem muito ainda a evoluir. A indignação da população com os desmandos, a corrupção, a mentira dos que estejam à esquerda ou à direita da política vem crescendo e dia 16 de agosto será mais uma oportunidade para todos se manifestarem nas ruas. Eu irei. Não para atacar X ou Y. Mas para demonstrar
a insatisfação com o que as “otoridades” estão fazendo e/ou deixando de fazer.
 
 
Quem optar por ficar em casa quietinho, por favor, não reclama!
 
 
Sergio Cross é diretor da Profissionais do Texto Agência de Comunicação