Quem é empreendedor sabe muito bem o quão é difícil conseguir recursos para colocar seu projeto de pé. Afinal, boa parte das instituições financeiras exigem contrapartidas que muitas vezes apenas milionários têm condições de apresentar. E isso vale tanto para os bancos comerciais, quanto para as instituições que atuam com os chamados recursos para fomento.
Mas existem exceções.
Pelo menos é o que garante Alexandre Alves (na foto acima), 49 anos, diretor da Inseed Investimentos, baseada em Belo Horizonte e que possui R$ 465 milhões sob gestão. Basta um bate papo de 15 minutos com Alves para que o interlocutor esqueça da crise econômica que assola o Brasil. Realista, ele deixa claro que os problemas estão aí e são bastante reais. Contudo, pontua que nem tudo no país gira em torno do que acontece na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Ou mesmo nos palácios que abrigam as sedes dos falidos governos estaduais.
“O sistema de empreendedorismo está criando suas próprias redes e soluções, independentemente do que acontece na economia em geral”, diz. “O mesmo acontece nos Estados Unidos, na Europa e em muitos países da Ásia.” Como exemplo cita sua própria experiência à frente da Inseed, criada em 2009 com a missão de gerir recursos de terceiros interessados em investir em empreendimentos em estágio inicial e focados em inovação.
Sua mais nova tacada é o lançamento do FIP INSEED FIMA (Fundo de Inovação em Meio Ambiente), direcionado ao fortalecimento de projetos de tecnologias limpas e sustentáveis. Ele dispõe de R$ 165 milhões para aplicar em até 20 empresas que desenvolvam soluções para gestão e recuperação de resíduos sólidos, despoluição do ar, eficiência energética, construções verdes, mobilidade urbana e eco-franquias. (saiba mais no link no final deste texto).
Recursos, de fato, são vitais. No entanto, Alves pondera que mais importante ainda é identificar corretamente não só o volume como também a fonte ideal para captar em cada momento vivido pelo empreendedor. E ele fala com conhecimento de causa. Afinal, esteve nos três lados do balcão ao longo de sua jornada de 35 anos no mercado de trabalho, 14 deles atuando em empresas privadas de grande porte, nas quais chegou a ocupar cargos de alta gerência.
Em 1994, ele abandonou a promissora carreira de executivo e o salário garantido no final do mês para se arriscar como empreendedor. Montou uma consultoria focada em pequenas e médias empresas e, em 2002, partiu para o mundo das startups, com a criação do Instituto de Inovação, em Belo Horizonte. Trata-se de uma aceleradora de negócios com base científica.
A Inseed Investimentos já acumula bastante prestígio no segmento de financiamento de negócios disruptivos. Tanto isso é verdade que foi escolhida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ser co-gestora do Criatec3, que deverá dispor de um total de R$ 220 milhões para acelerar empresas de base tecnológicas e inovadoras.
Então, se você quer dinheiro, agora já sabe onde começar a pedir!
SAIBA MAIS:
Texto atualizado às 13h30min, de 22/12/2016