Em meio à pandemia de COVID-19, as doações batem recorde, no Brasil

Reprodução de página da campanha Smiles, focada em ações para mitigar os efeitos da COVID-19

Os brasileiros nunca se destacaram na lista dos maiores doadores de recursos para causas sociais. Na edição 2018 do World Giving Index, o Brasil desponta na 122ª posição, bem abaixo do patamar registrado no levantamento anterior: 75ª posição; numa lista que inclui 146 países. Apesar da queda no Ranking Mundial da Solidariedade, elaborado pela britânica Charities Aid Foundation, os brasileiros continuam respondendo rápido às campanhas destinadas a melhorar a vida de pessoas. Um bom exemplo pode ser visto na iniciativa Milhas do Bem que, apenas no mês de maio, arrecadou mais de 50 milhões de milhas, doadas por integrantes do programa Smiles, da Gol. “O engajamento dos clientes surpreendeu”, diz Andre Fehlauer, CEO da Smiles.

De fato. Trata-se de um número expressivo, especialmente se levarmos em conta que desde a criação da plataforma Milhas do Bem, em julho de 2017, foram arrecadados 100 milhões de milhas. Mais. Quando comparado com iniciativas globais do mesmo gênero fica evidente que o desempenho da campanha foi muito bom. No período 1/4/2019 - 31/3/2020, a gigante Emirates Airline destinou 132 milhões de milhas para programas apoiados por seu braço social.

Segundo o executivo da Smiles, as milhas são convertidas em dinheiro e repassadas às seis instituições parceiras do programa: Parceiros Voluntários, Rede Cruzada, Instituto Reação, PROA, JA Brasil e Fundação Dom Cabral. A emergência sanitária, social e econômica trazida pela pandemia fez com algumas dessas entidades interrompessem as atividades originais e passassem a atuar com iniciativas destinadas a reforçar o apoio às comunidades. Especialmente por meio da doação de cestas básicas e kits de higiene, o que exige um reforço no caixa.

Para incentivar a base composta por 17,2 milhões de clientes, a Smile doou 10 milhões de milhas. Além disso, lançou diversas campanhas de incentivo, com bônus para quem aderissem à iniciativa. “O grande desafio, agora, é transformar essa mobilização especial em uma ação permanente para que os projetos beneficiados sejam sustentáveis ao longo de todo ano”, destaca o CEO da Smiles.

Os números da Smiles estão num contexto ainda mais amplo, que coloca o Brasil em outro patamar em relação às doações. De acordo com relatório do Monitor das Doações COVID-19, entre 31 de março e 21 de junho, já foram anunciados recursos de R$ 5,56 bilhões para as diversas ações relacionadas a mitigação de questões sanitárias, sociais e econômicas decorrentes da pandemia: aquisição de equipamentos, recursos para pesquisa, construção de hospitais, entrega de cestas básicas etc. Nesta conta estão 400.707 doadores, entre empresas, instituições e personalidades de diversas áreas.