Falcões vestem polo

Grife Polo Wear, de São Paulo, faz parceria com a ONG Gerando Falcões em geração de renda

Uma das mais longevas campanhas em prol da saúde, o “Câncer de Mama no Alvo da Moda”, se tornou um exemplo de engajamento cívico. Criada em 1994, pelo estilista americano Ralph Lauren, após à morte de uma de suas amigas, vítima da doença, a iniciativa consagrou a venda de camisetas como uma importante ferramenta do chamado ativismo de resultados. No Brasil, muitas empresas e ONGs seguiram esta linha. Contudo, poucas tiveram uma visão holística como a da parceria fechada entre a confecção Polo Wear e a ONG Gerando Falcões, ambas baseadas na cidade de São Paulo. Para ajudar no fortalecimento financeiro da ONG, a grife criou uma série de estampas exclusivas (como a da foto, abaixo) cujo resultado da venda será repartido com a entidade.

“Fizemos uma tiragem de 7,7 mil camisetas e apostamos que vamos vender tudo”, diz Daniele Restum, diretora de marketing e estilo da Polo Wear, que aparece na foto acima, ao lado de Roberto Restum, proprietário da marca Polo Wear, e Edu Lyra, fundador da Gerando Falcões. Ela conta que esta ação é apenas uma das vertentes do apoio dado à ONG. Na verdade, o primeiro “filhote” dessa parceria, iniciada no final de 2017, foi a criação da oficina de costura Modelando Sonhos. A cooperativa nasceu de um processo de cocriação entre a Gerando Falcões e a Polo Wear e tem por objetivo garantir renda para mulheres com perfil empreendedor, que vivem em áreas periféricas.

A primeira unidade foi inaugurada em dezembro de 2018, em Poá, município da Região Metropolitana de São Paulo e conhecido por ser uma cidade-dormitório. Além de bancar a construção do espaço e a aquisição das máquinas de costura, a grife incluiu a cooperativa na carteira de fornecedores. Uma das etapas de produção das camisetas, o fechamento, foi feito lá.

Daniele se apressa em explicar que as encomendas à cooperativa não significarão a redução de postos de trabalho. “Estamos terceirizando atividades que eram feitas em fábricas próprias, situadas em Colatina (ES) e em Jundiaí (SP)”, afirma. Para garantir a sustentabilidade financeira da cooperativa, a grife está incentivando seus fornecedores a incluir a Modelando Sonhos na lista de parceiros de negócios.

 

Mesmo antes da consolidação da cooperativa, a Polo Wear já pensa em replicar o modelo em outras cidades onde atua a Gerando Falcões: Maceió e São Paulo. Cada uma delas poderá abrigar entre 20 e 30 costureiras-cooperadas. “Acreditamos, inclusive, que exista demanda para mais uma unidade da Modelando Sonhos, em Poá”, estima a executiva.

Integrante do Grupo Top Brands (Hot Point, Venom, Planet Girls, G.Rock, Top Brands Fashion, Adriana Restum e Hands Off), a Polo Wear decidiu dar uma guinada  em sua política de responsabilidade social corporativa e de sustentabilidade, que prevê a sustentabilidade em toda a cadeia produtiva, até se tornar uma empresa resíduo-zero. “Queremos liderar pelo exemplo e mostrar que as mudanças dependem do que fazemos no dia a dia”.