“É possível preservar e gerar desenvolvimento econômico”

“É possível preservar e gerar desenvolvimento econômico”
Os ODS surgiram como uma forma de mobilizar a sociedade para a melhoria da qualidade de vida e a construção de um mundo mais igualitário. No caso do Brasil, quais os itens dos 17 ODS você indicaria como mais urgentes a serem atacados pela sociedade?

Os ODS devem ser a base para as políticas públicas no Brasil e no mundo. Elas são base para as cidades também e para as empresas. Este sonho comum precisa ser buscado de uma forma organizada e focada, afinal, para isso que foram desenvolvidas. Cada vez mais precisamos divulgar as ODS e colocá-las em prática. No momento atual, colocaria como prioridade o ODS 3, de saúde e bem-estar, bem como o ODS 4, de educação de qualidade, pois com estes dois pilares podemos ter uma boa base. Sem esquecer do ODS 1 e 2 que são acabar com a pobreza e a fome e termos uma agricultura mais sustentável.

Há cerca de dois anos, você lançou um livro mostrando a importância das contribuições individuais na promoção e adoção de hábitos + sustentáveis. Quais oram os principais aprendizados deste processo? Os novos hábitos foram incorporados?

O principal aprendizado deste processo é que mudar hábitos realmente é muito difícil, porém, temos que tentar mudar desde criança. Talvez esteja aí um dos grandes movimentos da educação para a sustentabilidade. Alguns hábitos cresceram desde a escrita do livro, como a busca por produtos mais saudáveis e produtos vegetarianos. Grandes empresas estão aderindo à proteína à base de plantas, por exemplo.

Como conciliar sustentabilidade ambiental com todas as demandas urgentes da sociedade, olhando os diversos brasis: existe a dicotomia desenvolvimento econômico X preservação?

Na sustentabilidade ambiental estão várias soluções, inclusive, para o desenvolvimento econômico. Existem muitas vertentes teóricas e interesses políticos que fazem com que esta visão de dicotomia seja realizada. É possível sim fazer um desenvolvimento sustentável com a economia e a preservação em conjunto. Grandes empresas na área de cosméticos mostram como a floresta em pé pode ser mais rentável do que sem floresta. Neste crescimento da economia verde, pode-se até colocar valor econômico na floresta em pé. Existe a necessidade de uma mudança de mentalidade que desenvolvimento tem a ver com desmatamento.

Do ponto de vista da gestão ambiental e social de uma cidade, qual a importância de rankings e estudos sobre o tema?

Estes rankings são muito importantes pois popularizam indicadores ligados aos temas ambientais e sociais. Fazem com que os gestores públicos busquem projetos e melhorias na sua gestão. Existe muita gente nas cidades e se queremos trazer uma verdadeira sustentabilidade para as pessoas, precisamos ter cidades mais sustentáveis. Então, para isso é fundamental também investimentos, projetos e atuação governamental para que haja um desenvolvimento sustentável.