Tim eterno

Tim, para mim, é isso: é dança, é mais música, é mais grave, é mais agudo, é mais tudo. Sou motivada por esse furacão que ele é e me faz ver que "vale tudo"Vou começar nosso papo falando de alguém que me traz muita sorte e que já me fez viver momentos inesquecíveis. Estou falando de Sebastião Rodrigues Maia, o nosso Tim Maia, o gordinho mais conhecido do mundo. Falar de Tim parece puro clichê, eu sei, todo mundo fala de Tim Maia, já leu, já ouviu, já dançou...Ou até já viveu a aventura de viajar ao Rio de Janeiro com 17 anos após ler sua biografia "Vale Tudo", escrita por Nelson Motta. É isso mesmo, Tim faz tanto a minha cabeça, que quando terminei de ler sua biografia senti o desejo de ver esse lugar maravilhoso para entender por que não existia nada igual ao do "Leme ao Pontal" – música do disco de 1986. Precisava entender por que ele era tão intenso, tão malandro e tão mela-cueca. O cara só sofria de amor, mas precisava daquilo para fazer músicas maravilhosas. Para conhecer Tim você só precisa ouvir sua músicas, pois tudo o que cantava traduzia o que ele era. "Risos, risos/Pra festejar não preciso muitos risos/ Eu preciso/Queixas e tristezas/Deixa pra lá, deixa, deixa, deixa". Isso era o que Tim já cantava em 1970, no seu primeiro compacto que na época ficou 24 semanas em primeiro lugar no Rio. Nesse mesmo disco você encontra "Primavera, Azul da Cor do Mar", clássico que está em nossas memórias até hoje. Nos três anos seguintes, foram lançados Tim Maia volumes II, III e IV, que contêm "Gostava tanto de você", "Réu Confesso" e "Não Quero Dinheiro." Em 1975, ele gravou Racional Vol. 1 e 2, em 1978 gravou pela Warner o disco Tim Maia - Disco Club, com o sucesso "Sossego". Particularmente eu amo essa música. Tim amava o que fazia - mas sem amolação para o seu lado, faz favor! Em seguida lançou em 1983 o disco Descobridor de Sete Mares, com destaque para a música "Me Dê Motivos". Como Tim tinha um sério problema com gravadoras, fundou seu próprio selo. A Seroma, que depois virou Vitória Régia Discos. Por elas, lançou Tim Maia – Interpreta Música da Bossa Nova e mais dois discos. Em 1993, retomou uma fase de muita produtividade, principalmente depois de ser citado por Jorge Benjor em "W/Brasil". Em 1996, Tim gravou o CD Amigos Do Rei com os Cariocas e o CD What a Wonderful Word, que traz recriações do soul e do pop norte americano do anos 1950 a 1970. Em 1997 lançou mais 3 discos, um deles ao vivo. Em março de 1998, ele passa mal após um show e vem a falecer no hospital. No total são mais de 32 discos em 28 anos de carreira. A discografia de Tim é tão grande, e eu estou quase terminado de completar a minha em vinil. Não é fácil, viu! Tim faz parte da minha vida e até mesmo dos meus relacionamentos: para cada disco uma história, mas isso eu conto melhor depois. Prometo. Confesso que esse primeiro post de 1 Papo Reto falando de Tim é o meu jeito de dizer "bem-vindos" a vocês em nossa turma do site. Um grupo de pessoas que acredita no poder da comunicação, que valoriza o olho no olho e o afeto. E que te convida a sempre nos visitar! Tim, para mim, é isso: é dança, é mais música, é mais grave, é mais agudo, é mais tudo. Sou motivada por esse furacão que ele é e me faz ver que "vale tudo", que às vezes é "preciso aprender a ser só" e que "não quero dinheiro, eu só quero amar" e sentir "lábios de mel"... Como diz uma amiga minha: "Se o Black Brazuca fosse um prédio, Tim Maia seria com toda certeza o nosso sindico". Obrigada e até a próxima! Aquele Abraço. Você e eu eu e você...