Por Oscar Lopes, especial para COALIZÃO VERDE (1 PAPO RETO e NEO MONDO)
Há lançamentos que chegam como notícia. E há lançamentos que chegam como gesto político, cultural e afetivo. Na COP30 — que inscreve Belém e a Amazônia no mapa simbólico da governança climática — 45 mulheres de diferentes idades, cargos, etnias e regiões apresentam o volume 4 de Essas Mulheres Sustentáveis: uma publicação gratuita, de elaboração colaborativa, que costura textos técnicos e inspiracionais para iluminar o agora e provocar o depois.
Nascido em 2021 do incômodo de não ver suas vozes devidamente representadas, o coletivo — hoje com mais de 200 especialistas — mantém o compromisso com um método que é, por si, uma mensagem: alternância de coordenação a cada edição, processos abertos, revisão entre pares e uma curadoria que cruza ciência, gestão e humanidade.
“Nossa iniciativa é fruto de um processo participativo, democrático e respeitoso. Desde a definição do fio condutor da edição – esse ano, a COP30 no Brasil – até a identidade visual, passando pelas etapas operacionais de revisão, edição, algumas impressões, comunicação e os lançamentos, Essas Mulheres Sustentáveis é um exemplo da potência transformadora da união de mulheres em torno de um tema de interesse global”, destaca Isabel Camarero Pinto, editora-chefe e coordenadora desta edição.
O recorte editorial: quatro verbos para mover o mundo
A arquitetura do livro revela uma tese: sustentabilidade não é ponto de chegada, é percurso vivo.
Despertar — quando o dado encontra a consciência e vira direção. Artigos que “desembaçam” conceitos e dão lastro à ação.
Origens — raízes que alimentam a diversidade de olhares: produção, território, ancestralidade, cidades, negócios.
Regenerar — além do “manter”, a ambição de restaurar: ecossistemas, cadeias de valor, relações e imaginários.
Compromissos — pactos que saem do papel e encostam na prática, com responsabilidades distribuídas e métricas possíveis.
“Esta edição traz um caráter diferenciado, onde quatro anos depois, ainda há muito o que se fazer em busca da nossa adaptação ao novo cenário climático e à regeneração dos ecossistemas, mas essa força do coletivo, o letramento constante, a escuta ativa de quem veio antes de nós, esse olhar do aprendizado contínuo, são elementos essenciais para fazermos o que precisa ser feito, na velocidade necessária para nossa continuidade como sociedade”, diz Christiane Cralcev, autora e coordenadora desde a primeira edição. “Será um marco histórico, pois daqui a alguns anos, quem ler essa edição terá uma ideia de como nós, mulheres ligadas à sustentabilidade, nos posicionávamos em 2025.”
Por que este livro importa — e por que importa agora
No ano em que a COP chega ao Brasil, a publicação faz duas entregas raras: acessibilidade (download gratuito) e representatividade substantiva (plural real, não performático). O gesto editorial é também pedagógico: ao aproximar técnica e narrativa, o livro cria pontes entre quem toma decisões, quem financia, quem executa e quem sente os impactos na pele.
Em Belém, o primeiro lançamento acontece na FreeZone da COP30, num espaço cultural instalado na escola mais antiga da cidade, com a presença de várias autoras em debates e conversas abertas. Depois, a obra percorre o país em lançamentos descentralizados — com destaque para São Paulo, em 4 de dezembro, na Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Uma pauta viva para marcas, governos e sociedade civil
O volume 4 serve como guia prático-emocional para quem precisa sair do discurso e chegar ao desenho de solução. Para empresas: integra ESG a propósito e resultado. Para governos: inspira políticas com base em evidência e justiça. Para a sociedade civil: oferece repertório e linguagem para ampliar a incidência.
A síntese
Este livro não é só uma obra. É um método. Um jeito de fazer política de conhecimento: plural, acessível, iterativo. Em tempos de metas apertadas e promessas soltas, 45 autoras escolheram outra régua: clareza, coragem e compromisso. O palco da COP30 dá escala; a Amazônia dá sentido; o coletivo dá direção. E a leitura — gratuita — abre a porta para algo que a agenda climática anda precisando: consenso ativo em torno do essencial.
Para ler, praticar e compartilhar. Porque, como as autoras nos lembram, o futuro se escreve em muitas mãos — e começa agora.
Para saber mais e baixar o livro Essas Mulheres Sustentáveis – Vol. 4 (clique aqui)
Para conhecer a gênese do projeto (clique aqui)
SERVIÇO:
Encontros de Lançamento:
COP 30 | Belém, PA
13/11 (quinta-feira) - 18h-20h | Colégio Paes de Carvalho, Praça Saldanha Marinho, 10. FreeZone
15/11 (sábado) - 14h-15h |Painel Agritalks Embrapa, Agrizone
20/11 (quinta-feira) - 19h – 20h| Vila das Águas, GreenZone
São Paulo | Fundação Getúlio Vargas (FGV)
04 de dezembro | Rua Prof. Picarolo, 63. Bela Vista, São Paulo. Edifício Picarolo, Salas 301AB e 301C
